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A importância de proteger seu cérebro na menopausa

  • Foto do escritor: Dra Júlia Cargnin
    Dra Júlia Cargnin
  • 9 de abr.
  • 3 min de leitura
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Recentemente, mais um estudo mostrou que mudanças no cérebro durante a menopausa podem estar ligadas ao risco de declínio cognitivo, desenvolvimento de demência e doença de Alzheimer[^1]. Isso mesmo. Apesar de ser um processo biológico natural nas mulheres, as transformações hormonais dessa fase podem ser desafiadoras e, sem a abordagem correta, causar diversos prejuízos. Por isso, é essencial proteger seu cérebro nesse momento da vida.


Muitas queixas comuns da menopausa têm origem neurológica, como falhas de memória, insônia, mudanças de humor, ansiedade e depressão. De acordo com pesquisadores, o estrogênio é fundamental para a saúde cerebral, pois protege os neurônios, melhora a função mitocondrial e otimiza a comunicação entre as células nervosas. Com a queda desse hormônio, o cérebro da mulher torna-se mais vulnerável a doenças neurodegenerativas, como o Alzheimer[^2].


Além disso, o estrogênio melhora a plasticidade sináptica (a comunicação entre os neurônios), regula a liberação de dopamina e serotonina (neurotransmissores ligados ao humor e bem-estar) e reduz os processos inflamatórios no cérebro. Ou seja, esses sintomas, ao contrário do que dizem por aí, não são necessariamente inofensivos ou apenas “coisa da idade”, e sim reflexos de um cérebro em transformação — que merece atenção, especialmente em mulheres com histórico familiar de Alzheimer.


A boa notícia é que é possível fortalecer e proteger seu cérebro com algumas ações simples:


Alimente-se bem: mantenha uma dieta saudável, rica em peixes, sementes, oleaginosas, frutas cítricas e soja. 

Movimente-se: exercícios regulares aumentam a produção de endorfinas e reduzem o risco de depressão. 

Durma com qualidade: estabeleça horários, evite telas à noite, priorize o silêncio e atividades relaxantes. 

Gerencie o estresse: meditação, hobbies, organização e vínculos sociais são fundamentais. 

Suplementação: o uso de ômega-3, magnésio e vitaminas do complexo B pode apoiar a função neurológica.


E a Terapia Hormonal?


A Terapia Hormonal (TH) tem sido uma grande aliada na redução dos impactos da menopausa, inclusive para o cérebro. E não é apenas o estrogênio que merece atenção: progesterona e testosterona também desempenham papéis fundamentais nesse processo.


O estrogênio protege contra inflamações cerebrais, melhora a memória, a socialização e reduz o risco de depressão. A progesterona tem efeito calmante por atuar nos receptores de GABA-A, ajudando no relaxamento e no controle da ansiedade. Já a testosterona contribui para a energia, motivação, libido e clareza mental.


A TH é segura e eficaz quando realizada de forma individualizada, com hormônios bioequivalentes e acompanhamento médico. Mais do que aliviar calores, ela promove qualidade de vida, saúde mental e prevenção de doenças a longo prazo.


A menopausa é, sim, uma fase de mudanças — mas também de oportunidades. Compartilhar informações confiáveis é essencial para que cada vez mais mulheres busquem ajuda profissional e tomem decisões conscientes sobre sua saúde.


🧠 Referências científicas

  1. Mosconi L, Nerattini M, Williams S, Fink M. New Horizons in Menopause, Menopausal Hormone Therapy, and Alzheimer's Disease: Current Insights and Future Directions. J Clin Endocrinol Metab. 2025 Mar 17;110(4):911-921. doi: 10.1210/clinem/dgaf026. PMID: 39815764.

  2. Rishabh, Rohilla M, Bansal S, et al. Estrogen signalling and Alzheimer's disease: Decoding molecular mechanisms for therapeutic breakthrough. Eur J Neurosci. 2024 Jul;60(1):3466-3490. doi: 10.1111/ejn.16360.

  3. Maki PM, Henderson VW. Hormone therapy, dementia, and cognition: the Women's Health Initiative 10 years on. Climacteric. 2012 Jun;15(3):256-262. doi: 10.3109/13697137.2012.660613.


Por: Dra. Julia Cargnin | Ginecologista l CRM-GO 23.738 | RQE 12.536

 
 
 

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