Líquen Escleroso Vulvar: sintomas e tratamento
- Dra Júlia Cargnin
- 18 de set.
- 2 min de leitura

Você já ouviu falar em Líquen Escleroso Vulvar? O nome pode soar distante, mas trata-se de uma condição mais comum do que se imagina, especialmente após a menopausa. Muitas mulheres passam anos convivendo com coceira, dor ou irritações sem saber que podem estar diante de uma doença crônica que merece atenção.
O diagnóstico precoce e o tratamento adequado podem transformar a qualidade de vida — e é sobre isso que vamos conversar.
O que é o Líquen Escleroso?
O líquen escleroso vulvar é uma doença inflamatória crônica que afeta a pele da vulva, tornando-a mais fina, frágil e vulnerável a fissuras. Muitas vezes, é confundido com alergias ou infecções de repetição, o que atrasa o diagnóstico.
Sinais e sintomas: quando suspeitar
Os sintomas mais frequentes incluem:
Coceira intensa e persistente.
Manchas esbranquiçadas na vulva.
Sensação de pele mais fina ou “esticada”.
Fissuras, dor nas relações ou até ao urinar.
⚠️ Importante: toda alteração íntima deve ser avaliada por uma ginecologista.
Como é o tratamento?
O tratamento padrão-ouro é o uso de corticoides tópicos de alta potência, aplicados sob orientação médica, com ajustes de manutenção a longo prazo. O corticoide ajuda a controlar a inflamação e aliviar os sintomas. Medidas de apoio são necessárias e incluem: evitar sabonetes agressivos, manter a pele hidratada e usar roupas íntimas respiráveis.
Nos últimos anos, o laser íntimo tem surgido como alternativa complementar e promissora. Ele estimula a regeneração da pele, aumenta colágeno e melhora a elasticidade. Estudos apontam melhora dos sintomas, embora a evidência ainda seja limitada. Os benefícios mais relatados pelas pacientes incluem:
● Redução significativa da coceira e do desconforto.
● Diminuição da dor nas relações sexuais.
● Melhora da aparência e da saúde da pele vulvar.
O líquen escleroso não tem cura definitiva, mas pode ser controlado. Sem tratamento, pode causar deformidades e aumentar o risco de câncer de vulva. Com diagnóstico precoce, é possível viver sem limitações e manter a saúde íntima em dia.
Se você percebeu alguns desses sintomas ou já recebeu esse diagnóstico, saiba que você não está sozinha. Marque uma consulta: vamos conversar, avaliar seu caso e definir a melhor forma de tratamento para devolver o conforto e a saúde íntima que você merece.
Referências
FEBRASGO, Diretriz sobre doenças vulvares, 2022.
ACOG, Management of Vulvar Lichen Sclerosus, 2020.
British Association of Dermatologists, Guidelines for the management of lichen sclerosus, 2018.
Cochrane Review, 2021.
🔔 Aviso: Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui a consulta médica.
Por: Dra. Julia Cargnin | Ginecologista - CRM-GO 23.738 | RQE 12.536
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